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Esse é um tema fascinante que vai ocupar a cena durante muito tempo no âmbito do debate acerca das políticas de Recursos Humanos da empresa.
Vamos colocar um tempero a mais. Uma boa forma de iniciar esse debate sobre engajamento e satisfação dos desenvolvedores é reconhecer que, tanto o engajamento quanto a satisfação, valores reconhecidamente distintos, são parte do mesmo esforço para gerar relações duradouras, satisfatórias e vencedoras entre empresas e seus desenvolvedores. Se você tem dúvida de como motivar os desenvolvedores, esse post pode te ajudar.
O desenvolvedor visto como cliente
Toda novidade traz consigo um risco. Algumas, como no caso desse debate em particular, apresentam a ameaça da ruptura pura e simples de conceitos e a adesão sem questionamentos à novidade.
O conceito de satisfação dos desenvolvedores é relativamente jovem. É decorrente do momento em que as empresas entenderam que seus colaboradores são também seus clientes, que ela, empresa, lhes entrega algo que, assim como um produto entregue ao mercado, preenche necessidades específicas.
Com base nisso, essas empresas adotaram a política de dirigir ao seu próprio interior as técnicas de marketing. É o caso da já bastante disseminada pesquisa de clima.
A pesquisa de clima nada mais é que uma pesquisa de satisfação dirigida ao público interno. Os desenvolvedores são os tais clientes internos. Pergunta-se o que os desenvolvedores gostam, o que eles não gostam, como avaliam salário, benefícios, estrutura, ambiente de trabalho, estrutura e tudo que pode lhe causar satisfação ou o contrário.
Sem dúvida alguma, as informações obtidas pela pesquisa de clima servirão para que a empresa melhore a entrega de condições de trabalho aos seus funcionários, a partir da identificação dos pontos de insatisfação. Não há dúvidas, parece despropositado uma ruptura no sentido de substituir uma coisa pela outra.
O que é e o que leva ao engajamento
O que não pode ocorrer, por outro lado, é a empresa negligenciar a nova visão que bate à porta.
Basicamente, a diferença entre engajamento e satisfação consiste em colocar o desenvolvedor em dois lados opostos. Se na hora de avaliar a satisfação ele deve ser colocado como cliente, na hora de medir o engajamento deve ser colocado do outro lado.
É mais ou menos entender que o desenvolvedor não é, como qualquer outro funcionário, alguém que entrega seu trabalho à empresa em troca de satisfação profissional e financeira. E sim alguém que está envolvido com todo o processo. Esse profissional entrega horas semanais de sua vida em troca de salário e isso é uma verdade. Mas há muito mais que isso; tem a paixão pelo trabalho, assim como pode haver uma relação de quase fidelidade com a empresa.
É um tema que ainda requer muito estudo, mas que deve ser abordado pelas empresas. Um desenvolvedor satisfeito pode trabalhar feliz. Se ele estiver engajado com o trabalho e com a empresa, sobretudo se os valores da empresa estiverem alinhados com os seus. Parece muito menos provável que ele vá aceitar um novo posto em outra empresa.
A mudança de comportamento
Em resumo, falar em engajamento pressupõe duas coisas: a empresa como cliente e o cliente da empresa como cliente; a aliança por uma causa.
Quando o colaborador enxerga a empresa e o cliente da empresa como seus clientes, isso significa que ele sai da condição passiva de mero empregado e assume a responsabilidade pelo que ele vai entregar à empresa e pelo que a empresa vai entregar aos seus clientes.
Uma empresa que tem missão e valores claros tende a facilitar a aliança com seus colaboradores em cima de uma causa a partir do momento que se desenvolva uma identidade entre essas variáveis. Quando o desenvolvedor se envolve com a missão e os objetivos da empresa, está estabelecida a aliança em torno de uma missão.